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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Deus nos chama à vida pelo Nome




Temos que aprofundar as coisas. Falavam os latinos “Non Multa, Sed Multum. O que significa: não muitas coisas, mas poucas, em profundo. Quando você desce à realidade em profundidade, conhece muitas coisas, porque não é um ponto profundo, é profundidade na vida. É diferente.
Desde toda eternidade, faz mais de 13.700 bilhões de anos, Deus já estava pensando você. Não no ser humano, em você. E aos que, diríamos, destinou, “pegou” na cabeça, um dia criou. Aos que criou, um dia justificou, quer dizer, tirou do pecado, salvou. E aos que salvou, um dia glorificou. Ressurreição! Veja que sequência!
Nosso ser, nosso Nome, ainda não está sendo pronunciado. Se pronunciará no final. Estou silabando ou silabiando meu Nome ao longo da minha existência. Por quê? Porque eu sou um ser com potencialidade, não terminado. E ainda, com a obrigação de me fazer. Ajudado, mas ninguém faz ninguém. Ele tem que se fazer. Ajudado, com intercessão, tudo bem. Mas, agora... Deus quando me chama, já me pensou num grau de graça e de perfeição que é a medida de Cristo. Porque, antes de criar o mundo, pensou em Cristo: é um Homem ao qual Ele se comunicaria e pegaria duas características – a confiança em Deus – total! – e a solidariedade. E como o homem, pelo pecado, perdeu a confiança e a solidariedade, teve que se fazer Homem para nos ensinar o que é confiar e se doar.
Essa é a dimensão da cruz: a vertical e a horizontal. Então, assumiu a cruz no sentido profundo. De verticalidade: confiança; quer dizer, qualquer coisa que acontecer, eu confio [em Deus]. E solidariedade: o outro é imagem de Deus e tem uma dignidade impressionante e eu o tenho que ajudar, porque ao ajudar, me ajudo e ao não ajudar, me destruo. Deus quando me chama, me chama pelo que eu tenho que ser e ainda não sou. Por isso noto a diferença e o “puxar” [o desejo de atender o chamado]... Então... entanto que [tanto é verdade que] você tem vida e desejo... Significa que tens que crescer mais. Por quê? Porque ainda não atingiste... Porque o ser humano quando pára... o motor do ser humano é o desejo... e se não tens desejo, não cresces. Então, entanto que tenhas [enquanto você tiver] desejo, significa que ainda não atingistes teu ponto, teu Nome. Temos que confiar, porque Ele quer que eu chegue a esse nível.
Lembrem o episódio de Jesus Ressuscitado e Maria Madalena. Maria está olhando para o túmulo, olhando para a morte e a vida está atrás. Está olhando em direção errada e então, chorava. E falava: “Onde colocaram a meu Amor? Não O encontro. Você sabe aonde está?” E está falando a Ele mesmo. [risos]
Então que faz?
Esse texto é antropológica, psicológica e espiritualmente, densíssimo.
Então, o que faz o “Jardineiro” – entre aspas? Lhe chama pelo Nome, pelo que ainda não era e tinha que ser. E fala: “Maria!”.  Aí ela virou, mudou. Mudou de direção e começou a olhar a vida e não a morte. E então reconheceu: “Meu Mestre!”.
O que falávamos: o ser humano, um dia, tem que perceber que é pecador. Não que peca. Que é pecador. E aí, a única solução é: “Senhor, tende piedade de mim, que sou pecador”.
E Deus fala: “Agora podemos conversar!”. [risos]
Porque como venhas com orgulho, estás perdido!

E agora lemos: “Ao vencedor darei um prêmio: o maná escondido”. Continua: “Darei também uma pedrinha branca a cada um. Nela está escrito um nome novo, que ninguém conhece. Só quem recebeu” (Ap. 2, 17).

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